Saúde mental e gestação: como apoiar as trabalhadoras

Mesmo que não seja o seu primeiro filho, aumentar a família envolve muitas mudanças. Isso afeta a saúde física das gestantes, e as implicações para a saúde mental também podem ser significativas.

Os empregadores podem fazer muito para apoiar as gestantes. A cultura, as políticas e o pacote de saúde oferecidos no local de trabalho podem fazer toda a diferença. 

Sua organização tem um papel a desempenhar na promoção da saúde mental positiva para todos os membros da sua equipe, mas priorizar mães novas e grávidas no local de trabalho é essencial. 

Você sabia que:

  • Uma em cada cinco mulheres e um em cada oito cônjuges apresentam transtornos de saúde mental ao longo da fase perinatal.
  • 17% das mulheres deixam o emprego nos 5 anos seguintes ao parto.

Negligenciar a saúde mental materna pode resultar em menor produtividade, aumento do absenteísmo e maior rotatividade de funcionários, contribuindo para o aumento da disparidade salarial entre gêneros. 

Este artigo aborda a importância da saúde mental das gestantes no ambiente corporativo e como o empregador pode contribuir para o bem-estar de suas colaboradoras.

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O que é saúde mental materna?

A saúde mental materna refere-se ao bem-estar da mulher durante a gravidez e nos primeiros anos após o parto. Também é conhecida como saúde mental perinatal.

Isso inclui doenças mentais que existiam antes da gravidez, bem como doenças que se desenvolvem pela primeira vez ou são muito agravadas no período perinatal.

Exemplos de problemas de saúde mental perinatais incluem depressão pré-natal e/ou pós-natal, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, psicose pós-parto e transtorno de estresse pós-traumático – TEPT. 

Essas doenças podem ser leves, moderadas ou graves, exigindo diferentes tipos de cuidados ou tratamentos.

A conversa difícil

Quando uma funcionária lhe conta que está grávida, é natural que, como gestor, você sinta alguns sentimentos conflitantes. 

Você pode ficar genuinamente feliz por ela, enquanto seu cérebro tenta calcular o impacto que uma gravidez pode ter na sua equipe ou nos seus objetivos. 

‍Da mesma forma, para a funcionária, é uma conversa importante. 

Ela pode sentir alguma ansiedade sobre como você receberá a notícia e o que esse momento significa para ela profissionalmente. 

Por mais envolvida que ela esteja no trabalho, a gravidez também parece uma tarefa bastante complexa. Pode ser um momento estressante para todos os envolvidos.

‍Tratar um funcionário com empatia significa entender um pouco mais sobre a situação em que ele se encontra. Então, vamos começar com…

Sintomas da gravidez no local de trabalho

A gravidez afeta cada pessoa de forma diferente. E, embora não seja uma doença, pode ser bastante impactante em termos de sintomas físicos. 

Conhecer alguns dos mais comuns pode ajudar você e sua equipe a serem o mais compreensivos possível.

Enjoo diurno

Principalmente nos primeiros três meses, náuseas e vômitos são comuns durante a gravides.

O “enjoo matinal” é um termo impróprio e pode surgir a qualquer hora do dia. A náusea geralmente vem acompanhada de aversões alimentares e sensibilidade a odores.

Cansaço

Cansaço e sono interrompido são causados por alterações hormonais no início da gravidez. Além de construir um novo ser humano, o corpo da gestante está ocupado criando um novo órgão, a placenta. 

Tudo isso consome muita energia, então é normal que ela se sinta mais esgotada. 

Com o desenvolvimento da gravidez, carregar o peso de um bebê aumenta a sensação de fadiga.

Mudanças de humor, dores de cabeça, sensação de desmaio ou tontura.

Esses sintomas são todos causados ​​por um aumento repentino dos hormônios.

Dor nas costas ou dores nas articulações

Durante a gravidez, os ligamentos da região lombar e da pélvis ficam mais moles para se preparar para o parto, o que pode colocar uma tensão extra nas costas e quadris da sua funcionária.

Tornozelos inchados

O acúmulo de líquido pode causar dores nos pés ou tornozelos, especialmente se a gestante passa muito tempo em pé no trabalho. 

Síndrome do túnel do carpo

Algumas gestantes são propensas a essa condição, que causa dor e dormência nas mãos e dedos. 

Funcionárias que digitam muito ou realizam tarefas físicas repetitivas têm maior probabilidade de serem afetadas.

Necessidade de ir ao banheiro com mais frequência

A pressão na bexiga aumenta à medida que o bebê cresce. Gestantes também são suscetíveis a infecções na bexiga e nos rins.

‍Vale ressaltar que muitas funcionárias não revelam que estão grávidas no primeiro trimestre, que é quando os sintomas físicos, como náuseas e fadiga, costumam ser mais graves. 

Esse tabu das 12 semanas é uma expectativa cultural complexa que está sendo desafiada por cada vez mais mulheres. 

Porque, sem dúvida, esses primeiros três meses são quando as gestantes e seus parceiros mais precisam de apoio. 

Saúde mental e gravidez

Além das mudanças hormonais e físicas, a gravidez pode trazer emoções confusas e sérios desafios de saúde mental, agravados por novas experiências e incertezas sobre o futuro. 

‍Um número impressionante de 1 em cada 5 mulheres sofre de problemas de saúde mental durante a gravidez ou após o parto. 

Os transtornos mais comuns são depressão, experimentada por 17% das gestantes e ansiedade, experimentada por 23%. 

Esses números são significativamente maiores do que os dados da população em geral e aumentam ainda mais se a gravidez for considerada de alto risco.

Mulheres que já tiveram algum transtorno alimentar podem sofrer uma recaída, pois o corpo muda de forma ou tamanho durante a gravidez. 

Algumas também podem desenvolver um medo intenso de dar à luz, conhecido como tocofobia. 

Todas essas condições são tratáveis, geralmente por meio de uma combinação de medicamentos e terapias. 

Como empregador, cultivar uma cultura aberta em torno de tópicos de saúde mental e desafiar qualquer estigma existente na sua empresa é fundamental para reconhecer quando alguém está passando por dificuldades e oferecer a ajuda necessária. 

Se você já tem suporte de saúde mental em vigor no trabalho, certifique-se de informar toda a sua equipe, mas em particular as funcionárias grávidas e os novos pais, sobre os recursos que estão disponíveis para eles. 

6 maneiras práticas de cuidar de uma funcionária grávida no trabalho

Quando você souber que alguém na sua equipe vai ter um bebê, é uma boa ideia perguntar sobre quaisquer ajustes que você poderia fazer na agenda ou no ambiente dela para deixá-la mais confortável.

Flexibilize sua política de uniformes

Algo tão simples como poder usar tênis pode significar muito para uma gestante que passa muito tempo em pé.

Além disso, certifique-se de aumentar o tamanho utilizado, regularmente. 

Incentive horários flexíveis e permita pausas mais regulares

Para fazer um lanche, cochilar, relaxar, escapar dos horários de maior movimento ou, se for preciso, ter seus momentos de enjôo com privacidade. 

Ter a opção de atuar remotamente também pode impactar significativamente a eficiência da colaboradora.

Isso é mais fácil se o trabalho flexível já for parte integrante da cultura da sua empresa.

Configuração de trabalho

Certifique-se de que sua funcionária tenha a configuração de trabalho adequada 

Disponibilizar um orçamento para uma mesa de trabalho em pé, um apoio para os pés, apoio lombar, cadeira ergonômica ou até mesmo uma bola de exercícios para usar como cadeira pode ajudar as gestantes a se sentirem mais confortáveis ​​se passarem a maior parte do dia atrás de uma mesa. 

Não revele sua condição

Deixe que sua funcionária decida quando contar aos colegas que está grávida. Algumas mulheres podem preferir manter segredo o máximo possível, por motivos pessoais, médicos ou simplesmente porque preferem não ser tratadas de forma diferente pelos colegas.

Tenha uma política de maternidade

Certifique-se de que sua política de maternidade esteja claramente articulada. Isso é útil, mesmo antes de alguém lhe contar que está grávida. 

Mantenha em um local de fácil acesso, escrita de forma simples e compreensível para beneficiar a todos.

Faça check-ins frequentes

O estresse no trabalho pode ter um impacto direto na saúde do bebê. 

Adicione conversas individuais extras à sua agenda para verificar como está sua funcionária e para ver se ela precisa de ajustes ou apoio extra. 

Algumas mulheres ficam felizes em assumir responsabilidades extras durante a gravidez, outras preferem ajustar, reduzir ou reequilibrar sua carga de trabalho. A única maneira de saber é perguntando. 

Responsabilidade legal para com uma funcionária grávida 

Apoio e empatia são fundamentais nesse momento, mas outros fatores também devem ser levados em conta, como:

Avaliações de risco 

Garantir a segurança da sua funcionária no trabalho deve ser sua prioridade em qualquer momento, mas principalmente durante a gravidez.

Você precisa fazer uma avaliação de risco individual quando uma funcionária informa que está grávida e revisá-la regularmente à medida que a gravidez avança. 

Um risco pode incluir algo bastante óbvio, como levantar objetos pesados, exposição a produtos químicos ou doenças nocivas, ou trabalhar em grandes alturas. 

Também pode ser algo como ficar em pé por longos períodos ou exposição ao estresse relacionado ao trabalho. 

Se você encontrar algo em suas funções, responsabilidades ou ambiente que represente um risco para seu funcionário ou seu filho, você precisa eliminar esse risco ou encontrar uma alternativa de trabalho adequada. 

Consultas pré-natais

Funcionárias grávidas têm direito a folga remunerada durante o horário de trabalho para se deslocar e comparecer às consultas de pré-natal. 

Não importa há quanto tempo trabalham na sua empresa, o bebê vem em primeiro lugar. 

Essas consultas podem incluir ultrassonografias, vacinas, consultas médicas e de obstetrícia ou aulas de relaxamento e parentalidade, se recomendadas por um médico, enfermeiro. 

Discriminação da gravidez no local de trabalho

Outra consideração legal é que sua empresa não pode discriminar uma pessoa grávida. 

Discriminação significa tratamento injusto, o que inclui não contratar uma candidata grávida se ela for a melhor pessoa para o cargo, penalizar faltas relacionadas à gravidez ou não conceder a uma pessoa grávida uma promoção que ela conquistou de forma justa e honesta. 

Essa proteção se estende a alguém que esteja em licença-maternidade e a alguém que tenha dado à luz recentemente. 

Se uma gestante estiver com baixo desempenho no trabalho, você ainda pode lidar com ela da mesma forma que lidaria com qualquer outra pessoa que não esteja se saindo bem em sua função. 

Você só precisa ter absoluta certeza de que os problemas de desempenho não estão relacionados à gravidez e de que você não está tratando essa pessoa de forma injusta ou incomum em relação a planos de desempenho ou procedimentos disciplinares.

Gestação no trabalho: o que diz a Lei e qual o impacto no RH?

A legislação brasileira oferece diversas proteções às trabalhadoras gestantes, com o objetivo de garantir sua saúde e segurança, bem como a do bebê, e evitar discriminação no ambiente de trabalho. 

As principais normas estão previstas na Constituição Federal, na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e em outras leis complementares. A seguir, um resumo dos principais direitos:

1. Estabilidade provisória no emprego

O que diz a lei:

A Constituição Federal – ADCT, art. 10, II, “b”, assegura estabilidade à empregada gestante desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Isso vale mesmo que o empregador só descubra a gravidez depois de comunicar a dispensa.

Impacto no RH

O RH deve atuar com cautela nas rescisões de contrato, confirmando se há possibilidade de gestação antes de desligar uma colaboradora.

É fundamental ter procedimentos internos claros para casos de demissão e recontratação indevida.

O departamento deve orientar lideranças sobre esse direito para evitar litígios trabalhistas.

2. Licença-maternidade

O que diz a lei:

Prevista no art. 392 da CLT, a licença-maternidade garante 120 dias de afastamento remunerado, podendo iniciar até 28 dias antes do parto. 

Empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadã podem oferecer 180 dias.

Impacto no RH

O RH deve planejar a substituição temporária da profissional, evitando impactos na operação. Precisa organizar o envio de documentação ao INSS e manter os registros atualizados.

Em empresas que oferecem 180 dias, é necessário informar e registrar a prorrogação corretamente.

3. Garantia de manutenção do emprego

O que diz a lei:

Mesmo que a gestante tenha sido demitida antes de informar a gravidez, o direito à estabilidade permanece. A jurisprudência do TST confirma que a despedida pode ser anulada nesse caso.

Impacto no RH

A equipe de RH deve estar atenta a reintegrações e revisar práticas de desligamento. É aconselhável treinar gestores para lidar com essas situações com empatia e clareza jurídica.

A existência desse direito fortalece a cultura de acolhimento e respeito à maternidade na empresa.

4. Dispensa para consultas e exames

O que diz a lei:

A CLT (art. 392, §4º) permite que a gestante se ausente do trabalho para consultas médicas e exames complementares durante o pré-natal, sem prejuízo salarial.

Impacto no RH

O RH deve informar a colaboradora sobre esse direito e garantir que as ausências sejam registradas corretamente no sistema.

Evitar conflitos entre líderes e colaboradoras gestantes, reforçando que essa ausência é legítima e prevista em lei.

Pode ser útil criar um fluxo interno de comunicação para facilitar a marcação de exames e ausências.

5. Mudança de função temporária

O que diz a lei:

Quando a função original representar riscos à gestante, ela pode ser temporariamente realocada sem perda de salário ou prejuízo à função original (CLT, art. 392, §5º).

Impacto no RH

O RH deve agir proativamente ao receber atestados com recomendações médicas, propondo alternativas seguras para a colaboradora.

A empresa deve evitar exposição a riscos físicos, emocionais ou ergonômicos.

Essa medida demonstra responsabilidade social e melhora o clima organizacional.

6. Intervalo para amamentação

O que diz a lei:

Até os seis meses de vida do bebê, a mãe tem direito a dois descansos diários de 30 minutos para amamentação, conforme art. 396 da CLT.

Impacto no RH

O RH deve alinhar com o gestor como será feita essa organização da jornada, especialmente se a colaboradora retornar antes dos 6 meses da criança.

Em empresas com jornadas rígidas ou funções operacionais, pode ser necessário ajustar escalas.

Algumas empresas criam salas de apoio à amamentação, fortalecendo a política de bem-estar.

7. Afastamento por insalubridade

O que diz a lei:

A gestante deve ser afastada de atividades insalubres, independentemente de apresentação de atestado, com base na Lei 13.467/2017.

Esse direito foi confirmado pelo STF, não importando o grau de insalubridade.

Impacto no RH

É fundamental realizar laudos atualizados de insalubridade para identificar funções de risco.

O RH deve garantir relocação imediata da gestante para função compatível e sem exposição, ou iniciar o processo de afastamento via INSS.

Demonstrar esse cuidado fortalece a imagem institucional e evita passivos jurídicos.

8. Contratos temporários e de experiência

O que diz a lei:

Mesmo contratos com prazo determinado devem respeitar a estabilidade gestacional, conforme a Súmula 244 do TST.

Impacto no RH

O RH precisa considerar a possibilidade de prorrogação contratual ou efetivação da colaboradora.

Não cumprir essa regra pode gerar indenizações ou reintegrações judiciais.

Isso exige mais atenção na gestão de contratos temporários, especialmente em períodos com maior número de admissões.

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