Fatores de riscos psicossociais no trabalho

Todas as empresas têm fatores psicossociais que impactam os trabalhadores. 

Proteger a saúde mental dos funcionários é mais do que limitar a exposição a riscos físicos. As empresas precisam considerar o potencial de danos causados ​​pelo design do trabalho, pelos relacionamentos e pelo ambiente. 

Isso significa ser capaz de identificar e abordar quaisquer potenciais riscos existentes.

Neste artigo, você vai saber quais são os principais fatores de riscos psicossociais no trabalho, como isso afeta os trabalhadores e quais as práticas recomendadas para ter um ambiente laboral mais saudável.

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O que é um fator psicossocial?

Um fator psicossocial refere-se à interação de influências psicológicas e sociais no bem-estar e no comportamento de um indivíduo.

A maneira como pensamos, sentimos e o que fazemos são influenciados pelos ambientes físicos e sociais em que vivemos.

Fatores de riscos psicossociais no trabalho

Em relação ao ambiente laboral, os fatores de riscos psicossociais referem-se ao design e à gestão do trabalho, além do seu contexto organizacional social, que podem ter o potencial de causar danos mentais ou físicos.

Identificar fatores de riscos psicossociais no trabalho envolve analisar a maneira como as tarefas que realizamos, onde são realizadas e com quem interagimos afeta nossos sentimentos, pensamentos e comportamentos. 

Esses fatores podem ser positivos, negativos ou neutros, e variam de pessoa para pessoa.

Nem todos os riscos psicossociais serão uma preocupação para todas as empresas. 

É importante identificar os fatores que podem estar presentes no seu local de trabalho e a extensão dos danos que podem causar. 

Avaliar o nível de um determinado fator ajuda a priorizar as ações que uma empresa precisa tomar para proteger as pessoas de danos.

Categorias dos fatores psicossociais no trabalho

Existem fatores psicossociais reconhecidos internacionalmente que impactam positiva ou negativamente o bem-estar mental dos trabalhadores. 

De acordo com a norma ISO45003: 2021 – Diretrizes para gerenciamento de riscos psicossociais, os fatores podem ser agrupados nas três categorias a seguir:

Projeto de trabalho

A natureza de como o trabalho é projetado tem o potencial de impactar negativamente a saúde mental ou, de forma positiva, ajudar os trabalhadores a prosperar.

Exemplos de design de trabalho incluem:

  • papéis e expectativas;
  • demandas do trabalho; 
  • carga de trabalho e ritmo;
  • autonomia, controle do trabalho;
  • horário de trabalho;
  • mudança organizacional;
  • segurança no emprego;
  • trabalho remoto ou isolado.

Relacionamentos

Os relacionamentos ou aspectos sociais do ambiente laboral refletem a cultura de uma organização como um todo.

Diz respeito às interações pessoais e à relação dos colaboradores com as diferentes dinâmicas do trabalho. 

É importante que os líderes tenham expectativas claras em relação aos trabalhadores e que existam sistemas em vigor para garantir o bem-estar geral.

Exemplos de relacionamentos incluem:

  • liderança;
  • ambiente organizacional;
  • apoio;
  • reconhecimento e recompensa;
  • desenvolvimento de carreira;
  • civilidade e respeito;
  • equilíbrio entre trabalho e vida pessoal;
  • relacionamentos interpessoais;
  • relações interpessoais – violência, bullying, assédio

Ambiente de trabalho

Aspectos físicos do ambiente de trabalho, incluindo a configuração do escritório, instalações e equipamentos, podem impactar positiva ou negativamente os trabalhadores. 

Alguns exemplos incluem:

  • ambiente de trabalho físico; 
  • equipamentos;
  • tarefas perigosas;
  • eventos traumáticos.

Além de gerar estresse, que por si só é um risco, os fatores de riscos psicossociais podem levar a diversos distúrbios. 

Por exemplo, podem ocorrer alterações corporais relacionadas ao estresse, como aumento da tensão muscular.

Ou os indivíduos podem mudar seu comportamento, dispensando pausas para descanso na tentativa de cumprir prazos apertados.

Os fatores de riscos precisam ser identificados e controlados para que o trabalhador possa desempenhar o máximo de sua capacidade, de forma natural.

A melhor maneira de alcançar isso é utilizando uma abordagem ergonômica, que busca alcançar o melhor “ajuste” entre as atividades, o ambiente, as necessidades e capacidades dos trabalhadores.

Muitos empregos não são bem projetados e incluem algumas ou todas as seguintes características que contribuem para a existência de fatores de riscos psicossociais:

  • os trabalhadores têm pouco controle sobre seu trabalho e métodos de execução das suas tarefas;
  • os trabalhadores não conseguem fazer pleno uso das suas competências;
  • os trabalhadores, em regra, não estão envolvidos na tomada de decisões que os afetam;
  • espera-se que os trabalhadores realizem apenas tarefas repetitivas e monótonas;
  • o trabalho é controlado basicamente por máquinas ou sistemas e pode ser monitorado de forma inadequada;
  • as exigências do trabalho são percebidas como excessivas;
  • os sistemas de pagamento incentivam o trabalho muito rápido ou sem pausas;
  • os sistemas de trabalho limitam as oportunidades de interação social;
  • altos níveis de esforço não são equilibrados por recompensa suficiente, como recursos, remuneração, autoestima, status.

Identificação dos fatores de riscos psicossociais no trabalho – importância

Identificar fatores de riscos psicossociais no trabalho é de extrema importância para garantir a saúde mental, emocional e física dos trabalhadores, bem como para promover um ambiente laboral saudável, produtivo e sustentável. 

Esses fatores dizem respeito a aspectos da organização, das relações interpessoais, do conteúdo das tarefas e das condições de trabalho que podem gerar estresse, adoecimento e insatisfação.

Entre as principais razões para identificar os fatores, estão:

1. Prevenção de doenças

A exposição contínua a fatores psicossociais negativos no trabalho, como pressão excessiva por resultados, jornadas prolongadas, metas inatingíveis, conflitos interpessoais ou ambientes tóxicos, pode causar sérios prejuízos à saúde mental dos colaboradores. 

O estresse crônico decorrente dessas condições pode desencadear quadros de depressão, ansiedade, síndrome de burnout, insônia, distúrbios alimentares e até problemas cardiovasculares. 

Identificar esses riscos permite à organização intervir de forma preventiva, promovendo ações que reduzam ou eliminem as causas do sofrimento psíquico, evitando o adoecimento e suas consequências a médio e longo prazo.

2. Melhoria do clima organizacional

O clima organizacional reflete a percepção dos colaboradores sobre o ambiente de trabalho, incluindo aspectos como confiança, segurança, reconhecimento e relacionamento interpessoal. 

Quando fatores psicossociais de risco são identificados e tratados adequadamente, a organização demonstra compromisso com o bem-estar dos seus funcionários. 

Isso fortalece a comunicação, estimula o respeito mútuo e cria um ambiente mais acolhedor e motivador.

Um clima organizacional saudável influencia diretamente o engajamento das equipes e a cooperação entre os departamentos.

3. Aumento da produtividade e qualidade do trabalho

Ao eliminar ou reduzir potenciais fatores de risco psicossociais — como ambiguidade de papéis, sobrecarga de trabalho ou liderança autoritária — os colaboradores passam a ter mais clareza, autonomia e confiança para executar suas tarefas com excelência. 

Isso impacta diretamente a produtividade e a qualidade das entregas, além de favorecer a inovação e a resolução criativa de problemas.

4. Redução de absenteísmo e rotatividade

Ambientes que negligenciam os fatores psicossociais geralmente registram altos índices de absenteísmo – faltas frequentes e presenteísmo – quando o colaborador comparece ao trabalho, mas com baixo rendimento devido ao estado físico ou emocional. 

Esses contextos também aumentam a rotatividade de pessoal, pois os profissionais tendem a buscar empresas que proporcionem melhores condições de trabalho. 

A identificação precoce dos riscos psicossociais permite implementar políticas de cuidado e suporte que reduzem os afastamentos e retêm talentos na organização.

5. Cumprimento da legislação e responsabilidade social

A legislação trabalhista e as normas de segurança e saúde no trabalho vêm evoluindo para incluir explicitamente os riscos psicossociais. 

Por exemplo, a NR-17 – Ergonomia, passou a contemplar aspectos relacionados à saúde mental, e a nova NR-01 exige a elaboração do PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos, que inclui a avaliação dos riscos psicossociais. 

Ignorar esses fatores pode acarretar penalidades legais, processos trabalhistas e danos à imagem institucional. 

Portanto, mapear e gerir esses riscos é também uma forma de cumprir obrigações legais e demonstrar responsabilidade social.

6. Fortalecimento da imagem institucional

Empresas que investem em um ambiente psicologicamente saudável ganham destaque no mercado como empregadoras responsáveis e humanas. 

Isso atrai profissionais qualificados que buscam ambientes organizacionais mais equilibrados e alinhados aos seus valores. 

Além disso, uma boa reputação contribui para a fidelização de clientes e parceiros, que valorizam empresas comprometidas com o bem-estar coletivo. 

12 iniciativas eficazes para abordar fatores de riscos psicossociais no trabalho

Ao identificar e agir sobre os fatores psicossociais, a organização constrói uma cultura corporativa sólida, empática e sustentável.

A identificação dos fatores de risco psicossociais é uma etapa essencial da gestão estratégica de pessoas. 

Mais do que uma exigência normativa, é uma prática que promove saúde, eficiência e sustentabilidade organizacional. 

Cuidar da saúde mental dos colaboradores é investir no capital humano que sustenta o sucesso de qualquer negócio.

Considere as práticas a seguir para tornar sua organização um local de trabalho próspero e acolhedor.

1. Promover uma cultura organizacional saudável

Uma cultura organizacional positiva é construída com base em valores claros, como respeito, colaboração, ética e confiança. 

Quando os profissionais se sentem valorizados e parte de um propósito maior, há menos espaço para o estresse crônico, o medo e os conflitos interpessoais. 

Isso inclui incentivar a diversidade, reprimir comportamentos tóxicos e promover a transparência na comunicação interna.

Exemplo prático: programas de integração, campanhas de valorização da diversidade e encontros de alinhamento cultural reforçam essa cultura no dia a dia.

2. Garantir cargas de trabalho equilibradas

Excesso de trabalho, prazos apertados e metas inalcançáveis estão entre os principais fatores de risco psicossocial. 

Os gestores devem acompanhar a distribuição de tarefas, assegurando que nenhum colaborador esteja sobrecarregado ou com atividades incompatíveis com sua função e capacidade.

Exemplo prático: ferramentas de gestão de projetos, reuniões de priorização semanal e controles de horas trabalhadas ajudam a manter o equilíbrio.

3. Oferecer autonomia e participação nas decisões

Dar espaço para que os colaboradores participem da tomada de decisões e tenham liberdade para planejar suas tarefas aumenta o senso de autonomia, responsabilidade e pertencimento. 

Isso reduz sentimentos de impotência, controle excessivo e insatisfação.

Exemplo prático: implementação de grupos de trabalho colaborativos, comitês internos ou pesquisas de opinião para ouvir sugestões.

4. Capacitar lideranças para gestão humanizada

Gestores têm papel fundamental na saúde mental das equipes. 

Líderes devem ser capacitados para identificar sinais de sofrimento psicológico, lidar com conflitos, dar feedbacks construtivos e promover um ambiente de escuta. 

A liderança humanizada gera empatia, reduz a rotatividade e promove o bem-estar.

Exemplo prático: treinamentos em inteligência emocional, comunicação não violenta e prevenção do assédio.

5. Estimular o equilíbrio entre vida profissional e pessoal

Quando o colaborador sente que sua vida pessoal está sendo sacrificada em nome do trabalho, surgem problemas como estresse, esgotamento e distanciamento emocional. 

Políticas que favorecem o equilíbrio contribuem diretamente para a saúde física e mental da equipe.

Exemplo prático: jornada flexível, banco de horas, pausas regulares, apoio à parentalidade e programas de bem-estar.

6. Implementar canais de escuta ativa

Dispor de espaços formais e informais para que os colaboradores expressem suas preocupações permite intervenções preventivas. 

É essencial que esses canais sejam seguros, anônimos e confiáveis, garantindo que os relatos sejam acolhidos e resolvidos de forma ética.

Exemplo prático: pesquisas de clima, ouvidorias internas, rodas de conversa e caixas de sugestões físicas ou digitais.

7. Investir em programas de saúde mental

Oferecer mais do que planos de saúde convencionais demonstra interesse e compromisso com a saúde geral dos colaboradores.

Serviços especializados de suporte psicológico atuam como ações preventivas, reduzindo o surgimento de doenças mentais e absenteísmo.

Exemplo prático: parcerias com psicólogos, sessões de terapia online, campanhas de conscientização sobre ansiedade e depressão, e dias de saúde mental.

8. Combater o assédio moral e a discriminação

As empresas devem manter políticas claras, promover treinamentos sobre o tema e agir com rapidez sempre que houver denúncias.

Exemplo prático: código de conduta, políticas de tolerância zero, treinamentos sobre inclusão e canais de denúncia com apuração ética.

9. Reconhecer e valorizar o trabalho

Reconhecimento não precisa ser apenas financeiro. 

Gestos simples como elogios públicos, premiações simbólicas e oportunidades de desenvolvimento mostram que o trabalho é valorizado. Isso aumenta a motivação, autoestima e satisfação.

Exemplo prático: programas de reconhecimento mensal, comemorações de metas, premiações por inovação e destaque em comunicação interna.

10. Monitorar indicadores psicossociais

Realizar pesquisas de forma contínua é fundamental na identificação de sinais de alerta.

Várias ferramentas podem ser utilizadas, como pesquisas de engajamento, saúde emocional e clima organizacional.

Essas práticas antecipam os fatores de riscos para que ações corretivas possam ser implementadas com maior agilidade.

Exemplo prático: aplicação de escalas, análises de absenteísmo, turnover e queixas recorrentes.

Essas iniciativas integradas são essenciais para promover um ambiente de trabalho mais saudável, humano e produtivo, contribuindo tanto para o bem-estar dos colaboradores quanto para os resultados organizacionais. 

11. Proteção psicológica

Um ambiente de trabalho onde a segurança psicológica dos funcionários é garantida. 

Isso é demonstrado quando os trabalhadores se sentem capazes de se arriscar, fazer perguntas, buscar feedback, relatar erros e problemas ou propor uma nova ideia sem temer consequências negativas. 

Quando os funcionários estão psicologicamente protegidos, demonstram maior satisfação no trabalho, aprimoram o comportamento de aprendizagem em equipe e melhoram o desempenho.

12. Proteção da segurança física

Funcionários que percebem o local de trabalho como um ambiente que protege a segurança física se sentirão mais seguros e engajados. 

Pesquisas mostram que, quando os funcionários têm níveis mais altos de confiança, apresentam menores índices de sofrimento psicológico e problemas de saúde mental.

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